sábado, 1 de novembro de 2008

Red Bull CB One

Uma coisa que eu admiro muito é street dance, a evolução do break dos anos 70, projetado a novas alturas.

Andando pelo centro de manaus assisto um trecho de um campeonato de Street, o Red Bull CB One. Impressionante! Comprei dois DVDs piratões mesmo para assistir com calma em casa na TV grandona.

O campeonato é baseado em disputas dois a dois. Entre uma série de disputas e outras, apresentações de técnicas e formatos diferentes. Uma das mais impressionantes é a de Hilty e Bosch:

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

DJ Tiesto - Just Be



I was lost
And I'm still lost
But I feel
So much better

You can travel the world
But you can't run away
From the person you are in your heart
You can be who you want to be
Make us believe in you
Keep all your light in the dark
If you're searching for truth
You must look in the mirror
And make sense of what you can see
Just be
Just be

They say learning to love yourself
Is the first step
That you take when you want to be real
Flying on planes
To exotic locations wont teach you
How you really feel
Face up to the fact that you are who you are
Nothing can change that belief

'Cause now I know
It's not so far
To were I go
The hardest part is inside me
I need to
Just be


Uma tradução/versão minha de improviso:

Eu estava perdido
e ainda estou perdido
mas me sinto
tão melhor...

Você pode viajar pelo mundo
mas não pode fugir de quem você é em seu coração
Você pode ser quem quiser ser,
nos fazer acreditar em você,
manter sua luz no escuro
Se você está procurando verdade
Você tem que olhar no espelho
E perceber o que você pode ver

Apenas... seja.

Dizem que aprender a amar a si mesmo
é o primeiro passo que você deve tomar
quando quer se tornar real.
Voar em aviões
para lugares exóticos não vai ensinar
você sobre como você realmente sente.
Encare o fato que de você é quem você é
e nada pode mudar esta crença

Apenas... seja.

Porque eu sei,
não é tão longe.
Para onde eu vou,
a parte mais difícil
está dentro de mim.

Preciso apenas... ser.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O sentido da vida

Aquilo que você precisa fazer,
faça com alegria.

A vida é desprovida de sentido.
Você dá sentido a ela

O sentido da vida
é aquilo que você atribui a ela

Estar vivo é o sentido.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Mais algumas reflexões sobre a liberdade.

Este é um post resultado de uma conversa e de uma troca de e-mails, mais do mesmo para quem acompanha este blog.

Primeiro eu estou num momento dedicado apenas ao trabalho, os meus desejos e anseios por experiências escolhi deixar por hora adormecidos.

Um período de alguns meses de vida simples e focada. Se em algum momento eles despertarem, por escolha minha, vivência ou pelo beijo da princesa encantada, lido com eles como puder, sem maiores planos. Em parte porque duas quase mudanças me acenaram com mudanças grandes demais, que não quero pelo menos agora, ou pelo menos não de uma forma tão radical.

Bom, os papos que tive tinham a ver com separações, assunto que eu conheço. Pessoas cujas vidas seguem em constante transformação.

Uma vez ouvi que os as mulheres casam com os homens esperando que eles mudem... e eles não mudam. E que os homens se casam com as mulheres esperando que elas não mudem... e elas mudam.

Só que as vezes as mudanças são muito rápidas, para o parceiro e pra gente mesmo. Como lidar com isso? Acho que só a verdade e o diálogo conseguem amenizar... se a nossa companhia tiver este mesmo empenho, este desapego ao que existe. Mas é compreensivel a resistência... é como se fizéssemos um investimento em um banco. Colocamos energia psíquica, tempo, dedicação, em busca de obter algo que pudesse nos render dividendos para sempre.

É comum, principalmente para as mulheres, deixar a vida afetiva de lado para construir uma carreira. E nas horas vagas aprender sobre si mesmo.

A geração dos singles. Pessoas que escolheram a carreira, a casa, o status, o conhecimento e o poder como foco. Um certo individualismo e autonomia potencializados. Onde as relações são acordos. Troca de carinhos e de prazer, sem maiores envolvimentos.

Sem julgamentos. Não se trata de uma distorção, de um "passo do sistema para nos engolir e nos tornar robôs" mas simplesmente escolhas, ou um fenômeno social, de mudança de valores.

No papo surgiu que traição e tradição são intimamente relacionadas, surgiu novamente otema da liberdade. Mais precisamente a relação entre segurança e liberdade... que a gente faz a troca da liberdade por segurança... com o parceiro, com a comunidade, com o Estado.

O cumulo da segurança é a prisão... seria o cumulo da liberdade a solidão? A irresponsabilidade? Individualismo? Acho que isto responde melhor a um questionamento que fiz uns dois posts atrás.

Essa harmonização de elementos aparentemente contraditórios foi o centro da reflexão... que os contratos verdadeiros ( e aqui a verdade é um elemento chave ) são aqueles permanentemente rediscutidos. Ou seja, as relações, assim como a liderança, liberdade e segurança, são circunstanciais. (bom, talvez aqui uma obviedade ululante)

Em uma reflexão pós ano novo do meu blog, eu cheguei a conclusão que não queria tantas mudanças de curso que me levassem a abandonar o que tenho para recomeçar uma nova caminhada. Prefiro a experiência de algo novo, por um tempo finito, que sair de um cenário de segurança para cair em outro onde vou construir um novo ambiente, talvez uma nova prisão.

Qual é o nível de liberdade, autonomia ou independência que você quer? Você está disposta a abrir mão de que por esta escolha? O que te segura? Medo de perda? Medo de causar dor? Medo de abandonar, de enfrentar a solidão? O que te move? Que prazeres, curiosidades, sonhos, ideais e experiências?

Às vezes eu quase matematizo isso... como uma soma de vetores, como forças em diversas direções.

É isso, vamos vivendo cada momento.

Os passos não conduzem a um objetivo, cada passo é um objetivo.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Você Aprende... de Veronica Shoffstall

Existe uma entidade desconhecida que distorce e alonga textos de autores pouco conhecidos e cola o nome de escritores mais conhecidos, para dar credibilidade. O texto "Você aprende" é atribuído a Shakespeare, faz muito tempo. Eu achava o ultimo parágrafo um tanto esquisito e uma referência a alice no pais das maravilhas, um texto posterior a ele. E o formato é muito auto-ajuda.

Depois de um questionamento de uma amiga, fui pesquisar e descobri que se trata de mais um texto de autoria e conteúdo alterados. Veronica Shoffstall ("After a While", ou "Depois de um Tempo"), de 1971. Também conhecido por "Comes the Dawn". Agradecimentos ao blog-oasis "Autor Desconhecido", dedicado à nobre tarefa de expor essas atrocidades literárias.

O poema original:

After a while

After a while you learn
the subtle difference between
holding a hand and chaining a soul
and you learn
that love doesn't mean leaning
and company doesn't always mean security.
And you begin to learn
that kisses aren't contracts
and presents aren't promises
and you begin to accept your defeats
with your head up and your eyes ahead
with the grace of woman, not the grief of a child
and you learn
to build all your roads on today
because tomorrow's ground is
too uncertain for plans
and futures have a way of falling down
in mid-flight.
After a while you learn
that even sunshine burns
if you get too much
so you plant your own garden
and decorate your own soul
instead of waiting for someone
to bring you flowers.
And you learn that you really can endure
you really are strong
you really do have worth
and you learn
and you learn
with every goodbye, you learn.


A minha tradução:

"Depois de algum tempo você aprende
a sutil diferença entre
segurar a mão e acorrentar a alma
E você aprende
que amar não significa apoiar-se
e que companhia nem sempre significa segurança.
e você começa a aprender
que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.
e começa a aceitar suas derrotas
com a cabeça erguida e olhos adiante
com a graça de uma mulher
e não com a tristeza de uma criança.
e você aprende
construir todas as suas estradas no hoje
porque o terreno do amanhã é
incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em pleno vôo.
Depois de um tempo você aprende
que mesmo a luz do sol queima
se você se expor demais.
então plante seu jardim
e enfeite sua alma
ao invés de esperar que alguem lhe traga flores.
E você aprende que você realmente pode perseverar,
você realmente é forte
você realmente tem valor
e você aprende
e você aprende
A cada despedida, você aprende."

Veronica A. Shoffstall

sábado, 30 de agosto de 2008

Uma poesia...

Uma poesia que encontrei na internet, simples e bela, como a vida deve ser.

Vi minha estrela maior renascer
Vi minha vida mais colorida
Cheia de encanto e mais prazer

Vi quando o mar se abriu
Deixando passar todo meu sentimento
Até na chuva e no vendo
Vi a luz na poesia

Minha alegria voltou
Brilhando no alvorecer
Quando deixei de esperar

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Detalhe do Pão de Açucar...

O site não faz entregas em ilhas.

Que chato, quando comprar a minha vou ter de pegar a lancha pra fazer a compra do mes...

Tsk, tsk...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vitor Hugo - Texto escrito ao filho recém nascido

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Com o máximo de urgência,
Desejo que você descubra,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente a diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

domingo, 10 de agosto de 2008

Alforria

Vasco José Monteiro
Lamarquiana Monteiro


Pra te proteger te pus correntes,
me armei assim, como as serpentes.
Tolhi teu destino, apaguei teus sonhos
só pra poder ter-te junto a mim.

Agi como se fosse um menino,
fazendo teu corpo meu brinquedo,
te ofereci ao deus do medo,
te sacrifiquei tão cedo
quanto me apaixonei.

Aparei-te, enfim, todas as arestas,
te seguia pelas frestas,
como se fosses fugir

E me debruçava na janela
contemplando-te tão bela
quanto uma orquídea em flor

Nós fomos seguindo minha estrada.
Eu, o teu senhor, tu minha escrava.
Nos delírios cultivando o ócio,
e colhendo um amor fóssil,
sem matiz e sem sabor

Mas foste soltando as amarras,
conquistando nossa liberdade.
E o que eu mais temia, sua alforria,
foi também a nossa redenção.

Hoje bailamos ao vento.
O tempo é um rebento
que acaba de vir à luz.
E tu brotaste rainha,
a musa que me seduz.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Mais elvis, mais novidades.

Essa é uma musica que eu adoro. Fica de homenagem pra pudim. Uma das apresentações mais doidas do Elvis, onde ele mostra um pouco da sua essência. Brincalhão e criativo como só ele.



A vida com mais novidades ainda. Algumas mudanças de rumo, novas perguntas que a vida coloca pra mim. Detalhes? Um dia desses eu conto.

Mas um overview:
- Cancelei a compra da TV, mais pra frente compro uma do tamanho certo.
- Comprei um Xbox. Visual inacreditável. Já já descolo uma ou duas guitarras pra montar uns campeonatos de guitar hero.
- Pump no fliperama aqui do lado. Agora sim, vou emagrecer.

E mais algumas, ainda secretas (ma non troppo).

terça-feira, 1 de julho de 2008

Lugares comuns... a dor da lucidez.

Outro excelente filme. Uma produção argentina e espanhola, que mostra um professor universitário em meio à dor da lucidez. No inicio da terceira idade, um casal que nos toca pela cumplicidade e afeto enfrenta dificuldades financeiras em uma argentina em crise.

O filme é marcado pelas reflexões do professor Fernando Robles, registrado em um caderno não revelado, como é o amor dele por sua esposa.

O que é ensinar?



A lucidez



No pasa nada y pasa un mundo



O que é a esquerda hoje?

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A história das coisas - Dedique alguns minutos para assistir.

Provavelmente o video mais importante que eu já postei. Dedique um tempo para assistir e veja quais atitudes práticas você pode tomar.



E mais, se realmente tomar uma atitude, comente aqui o que fez.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Dead Like Me e Matisse

Gosto de compartilhar os meus achados.

Uma série interessante, criativa e ligeiramente perturbadora: Dead Like Me.

Georgia, 18 anos, morre atingida por um assento sanitário que cai de uma estação orbital e se vê recrutada como uma "Grim Reaper", aquele estilo de morte com capuz e foice, repaginada para os tempos modernos.

Veja a abertura abaixo:



Dá vontade de descolar um figurino destes e sair pela paulista, rsrsrsrsrs.

Além da série em si, descobri na trilha sonora Matisse, uma cantora com um estilo bem particular, pelo menos nesta musica:



Can you hear my heart beat in this bond
Do you know that behind of this bond
Lies the deep desire I'm in love hey
Make a wonderful love if I may
All my dreams to be all I can do
Only I love, only love
And you say I knew we should find a new way
Make a wonderful love if I may

Can you hear my heart beat in this hurt
Do you know that behind of this hurt
Lies the deep desire I'm in love hey
Make a wonderful love if I may
All my dreams to be all I can do
Only I love, only love
And you say I knew we should find a new way
Make a wonderful love if I may

Can you hear my heart beat in this hurt
Do you know that behind of this hurt
Lies the deep desire can you love hey
Make a wonderful love if I may

Make a wonderful love if I may
Make a wonderful love if I may
Can you hear my heart beat in this hurt
Can you hear my heart beat in this hurt

sábado, 21 de junho de 2008

Almas que se encontram

Paulo Fuentes

Dizem que para o amor chegar não há dia, não há hora nem momento marcado para acontecer. Ele vem de repente e se instala no mais sensível dos nossos órgãos, o coração. Começo a acreditar que sim. Mas percebo também que pelo fato deste momento não ser determinado pelas pessoas, quando chega, quase sempre os sintomas são arrebatadores. Vira tudo às avessas e a bagunça feliz se faz instalada.

Quando duas almas se encontram o que realça primeiro não é a aparência física, mas a semelhança d'almas. Elas se compreendem e sentem falta uma da outra. Se entristecem por não terem se encontrado antes, afinal tudo poderia ser tão diferente. No entanto sabem que o caminho é este e que não haverá retorno para as suas pretensões.

É como se elas falassem além das palavras, entendessem a tristeza do outro, a alegria, o desejo, mesmo estando em lugares diferentes. Quando almas afins se entrelaçam passam a sentir saudade uma da outra num processo contínuo de reaproximação até a consumação.

Almas que se encontram podem sofrer bastante também, pois muitas vezes tais encontros acontecem em momentos onde não mais podem extravasar toda a plenitude do amor que carregam, toda a alegria de amar e querer compartilhar a vida com o outro, toda a emoção contida à espera do encontro fatal.

Desejam coisas que se tornam quase impossíveis, mas que são tão simples de viver. Como ver o pôr-do-sol, caminhar por uma estrada com lindas árvores, ver a noite chegar, ir ao cinema e comer pipocas, rir e brincar, brigar às vezes, mas fazer as pazes com um jeitinho muito especial. Amar e amar, muitas vezes sabendo que logo depois poderão estar juntas de novo sem que a despedida se faça presente.

Porém muitas vezes elas se encontram em um tempo e em um espaço diferentes do que suas realidades possam permitir. Mas depois que se encontram ficam marcadas, tatuadas e ainda que nunca venham a caminhar para sempre juntas, elas jamais conseguirão se separar. E o mais importante: terão de se encontrar em algum lugar. Almas que se encontram jamais se sentirão sozinhas porquanto entenderão, por si só, a infinita necessidade que têm uma da outra para toda a eternidade.

sexta-feira, 20 de junho de 2008

A Arte de Fazer Acontecer

Curta explicação de como cheguei até isto:

Estava navegando no www.BNET.com, o que considero o site número 1 para aprendizado e reflexão em negócios e vida pessoal, quando li um post que falava sobre um tal David Allen e sua legião de fãs. Procurei o livro, baixei e li as primeiras 40 páginas (De 270). O suficiente para me entusiasmar com as idéias e comprar o livro (44 reais, um pouco dificil de achar atualmente). Melhor que isso, para colocar em prática uma técnica que ajuda muito quem tem muitas atividades e projetos simultâneos (que é praticamente todo mundo hoje em dia).

Encontrei na web um resumo, e vou postando aqui diariamente. Aproveite que vale muito a pena!


O “GTD”, como ele é mais comumente conhecido, é a abreviação de “Getting Things Done”, livro de David Allen que chegou ao Brasil com o título “A Arte de Fazer Acontecer”. O GTD busca uma maneira de executarmos as coisas de forma relaxada, e explica que utilidade da agenda que você fez com seus afazeres acaba no momento em que alguém te interrompe.

Além disso, o GTD também é um método que busca lhe dar uma certeza: A certeza de que quando você estiver fazendo algo, seja lendo seus e-mails, conversando com seus amigos, ou fazendo compras, você está fazendo exatamente aquilo que deveria estar fazendo.

Mas o GTD é muito mais que um método através do qual você consegue executar as tarefas sem interrupções ou de priorização de tarefas. Aliás, o GTD não é necessariamente um bom processo para priorização de tarefas.

O que o GTD é bom, no entanto, e por isso ele tem conseguido o séqüito de fãs que ele recebeu desde sua publicação, é na “arte de realizar as coisas sem stress”. Isso mesmo, fazer as tarefas de forma relaxada, em vez de tensa. Executar as tarefas importantes, sem se preocupar com as urgentes. Como isso é possível?

Para entender, precisamos antes compreender uma particularidade do nosso cérebro. E essa particularidade é que ele é feito de uma “parte inteligente” e uma “parte burra”. É claro que essa é só uma maneira simplificada de explicar o motivo pelo qual você coloca aquela pasta que você não pode esquecer de levar ao trabalho amanhã embaixo das chaves do carro. Sua parte inteligente pensa: “Bom, se eu vou sair com o carro amanhã, vou ter que ver a pasta na minha frente.”, e assim você previne sua “parte burra” de esquecer a pasta no dia seguinte. Fazemos isso com diversas coisas: Colocamos a lista de compras sob as chaves de casa, deixamos o guarda-chuvas na frente da porta, etc.

Da mesma forma, existe uma parte do nosso cérebro que tenta nos fazer lembrar de todas as coisas que precisam ser feitas. Aquela lâmpada que você precisa arrumar na sala, o carro que precisa ir para o mecânico, o e-mail do seu amigo que você não respondeu, o presente do dia das mães que você precisa comprar. O seu cérebro vai procurar te lembrar dessas coisas sempre que ele puder. Sempre mesmo. Mesmo quando isso for completamente desnecessário.

E lá está você no escritório, respondendo aquele e-mail importante, quando você pensa: “Preciso comprar os pães e frios quando voltar para casa”… e esse pensamento logo emenda com “Ah, e quando estiver em casa, preciso ligar para o meu pai já que é aniversário dele, e… ah saco, ainda vou ter que lavar toda a louça e…”. De repente, você se lembra daquele e-mail na sua frente, inacabado. “Onde é que eu estava mesmo?”

É por isso que o GTD é a “arte de realizar as coisas sem stress”. Ele é capaz de fazer você responder o e-mail acima em 5 minutos, sem ser incomodado, em nenhum momento, pela outra parte do seu cérebro, que ficará te interrompendo com as outras coisas que você precisa fazer.
Através da prática do GTD, você estará apto a se concentrar nas suas tarefas em estado completo de concentração, e só deixará de executar as tarefas no momento que você pré-definiu, ou quando sua tarefa tiver sido concluída. Quando isso acontecer, você saberá exatamente o que fazer a seguir, será natural escolher a próxima tarefa. E lá estará você novamente, executando a tarefa de forma completamente relaxada. Sem interrupções mentais. E sem stress.

Parece interessante? Então conheça um pouco mais do GTD nos capítulos à seguir.

Texto originalmente em http://duislifebox.wordpress.com/

quinta-feira, 19 de junho de 2008

John Mayer - Daughters



I know a girl
She puts the color inside of my world
But she's just like a maze
Where all of the walls all continually change
And I've done all I can
To stand on her steps with my heart in my hands
Now I'm starting to see
Maybe it's got nothing to do with me

Fathers, be good to your daughters
Daughters will love like you do
Girls become lovers who turn into mothers
So mothers, be good to your daughters too

Oh, you see that skin?
It's the same she's been standing in
Since the day she saw him walking away
Now she's left
Cleaning up the mess he made

So fathers, be good to your daughters
Daughters will love like you do
Girls become lovers who turn into mothers
So mothers, be good to your daughters too

Boys, you can break
You'll find out how much they can take
Boys will be strong
And boys soldier on
But boys would be gone without the warmth from
A womans good, good heart

On behalf of every man
Looking out for every girl
You are the god and the weight of her world

So fathers, be good to your daughters
Daughters will love like you do
Girls become lovers who turn into mothers
So mothers, be good to your daughters too [x3]

quarta-feira, 18 de junho de 2008

The bucket list

No momento sem condições de escrever muito mais. Acabo de assistir ao filme. Quem assistiu sabe como é o momento.



Take all of your wasted honor
Every little past frustration
Take all your so called problems
Better put 'em in quotations

Say what you need to say (x7)
Say what you need to saaaay...

Walking like a one man army
Fighting with the shadows in your head
Living out the same old moment
Knowing you'd be better off instead

If you could only
Say what you need to say (x7)
Say what you need to saaay...

Have no fear
For giving in
Have no fear
For giving over
You better know that in the end
It's better to say too much
Then never to say what you need to say again

Even if your hands are shaking
And your faith is broken
Even as the eyes are closing
Do it with a heart wide open... wide...

Say what you need to say (x7)
Say what you need to
Say what you need to
Say what you need to say...



Tome toda a sua dignidade desperdiçada
Todas as pequenas frustrações passadas
Pegue todos os seus assim chamados problemas
Melhor colocá-los à venda

Diga o que você precisa dizer...

Caminhando como um homem do exército
Lutando contra as sombras em sua mente
Vivendo ausente o mesmo antigo momento
Sabendo que você poderia estar melhor

Diga o que você precisa dizer...

Não tenha medo de continuar
Não tenha medo de desistir
Você sabem bem que no fim é melhor dizer demais
Que nunca dizer o que você precisa dizer novamente...

Mesmo se suas mãos estiverem tremendo
E sua fé se quebrar
Mesmo se os olhos estiverem se fechando
Faça isso com o coração bem aberto

Diga o que você precisa dizer...

terça-feira, 10 de junho de 2008

Caixa de entrada zero

Hoje atingi uma meta que persigo obstinadamente: caixa de entrada zero. De tempos em tempos eu pego firme para resolver questões menores e deletar aquelas mensagens que às vezes eu guardo para ler em um outro dia... que nunca chega. Hoje eu ataquei as 120 mensagens que esperavam pacientemente pela minha atenção.

É algo que não dura muito tempo, ainda mais porque eu recebo umas 60 mensagens por dia e envio outras tantas, mas é sempre bom comemorar uma pequena vitória como essa.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Fernando Pessoa

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem acabei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem;
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo : "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

terça-feira, 3 de junho de 2008

Vertical horizon - Fast Car

Nas minhas pesquisas piratescas, vez por outra encontro coisas muito interessantes. Procurando pela musica Fast Car, da Tracy Chapman, me deparei com a banda Vertical Horizon - Uma banda com personalidade, qualidade técnica e letras incriveis.

A musica que me levou a descobrir os caras é esta. Não tem video, porque provavelmente foi uma gravação pirata de um show deles. Mas vale a pena ouvir.


Se gostou, veja a apresentação acustica do lead singer, Matt Scannell.



A versão normal você acessa direto no youtube. Acredite, vale a pena ouvir de novo.


Everything You Want

Somewhere there's speaking
It's already coming in
Oh and it's rising at the back of your mind
You never could get it
Unless you were fed it
Now you're here and you don't know why

But under skinned knees and the skid marks
Past the places where you used to learn
You howl and listen
Listen and wait for the
Echoes of angels who won't return

[Chorus]
He's everything you want
He's everything you need
He's everything inside of you
That you wish you could be
He says all the right things
At exactly the right time
But he means nothing to you
And you don't know why

You're waiting for someone
To put you together
You're waiting for someone to push you away
There's always another wound to discover
There's always something more you wish he'd say

[Chorus]

But you'll just sit tight
And watch it unwind
It's only what you're asking for
And you'll be just fine
With all of your time
It's only what you're waiting for

Out of the island
Into the highway
Past the places where you might have turned
You never did notice
But you still hide away
The anger of angels who won't return

[Chorus]
I am everything you want
I am everything you need
I am everything inside of you
That you wish you could be
I say all the right things
At exactly the right time
But I mean nothing to you and I don't know why
And I don't know why
Why
I don't know


Tudo que você quer


Em algum lugar há falatório,
E já está chegando
E está se elevando no fundo de sua mente
Você só entendia isso quando
Era alimentado com isto
Agora você está aqui e não sabe o porquê

Mas, embaixo do joelho ralado
E das marcas dos escorregões
Atrás dos lugares onde você aprendia
Você uiva e ouve
Ouve, e espera pelos ecos dos
Anjos que não voltarão

Ele é tudo que você quer
Tudo que você precisa
Ele é tudo dentro de você
Que você queria ser
Diz todas as coisas certas
No momento exato
Mas ele não lhe significa nada
E você não sabe porque

Você está esperando por
Alguém que lhe conserte
Você está esperando por
Alguém que lhe rejeite

Há sempre outra ferida
A ser descoberta
Há sempre outra coisa, que
Você gostaria que ele falasse

Ele é tudo que você quer
Tudo que você precisa
Ele é tudo dentro de você
Que você queria ser
Diz todas as coisas certas
No momento exato
Mas ele não lhe significa nada
E você não sabe porque

Mas você apenas sentará quieta
E esperará ele se acalmar
É só o que você está pedindo
E você vai ficar bem
Com todo o tempo que precisar
É só o que você está esperando

Fora da ilha
Dentro da rodovia
Passando por lugares em que
Poderia ter virado
Você nunca notou, mas você
Ainda se esconde
A fúria dos anjos que não mais retornarão

Ele é tudo que você quer
Tudo que você precisa
Ele é tudo dentro de você
Que você queria ser
Diz todas as coisas certas
No momento exato
Mas ele não lhe significa nada
E você não sabe porque

Eu sou tudo que você quer
Tudo que precisa
Eu sou tudo dentro de você
Que você queria ser
Eu digo as coisas certas
No momento exato
Mas eu não lhe significo nada
E não sei porque
E eu não sei porque

Por que?
Por que? Eu não sei

domingo, 1 de junho de 2008

Comerciais da Nike Futebol

A primeira campanha que vi: a cela.

Uma série de comerciais com o Elvis cantando ao fundo: "A Little less conversation, a little more action please."



Freestyle



Thierry Henry versus Manchester United



Joga Bonito - Seleção Brasileira



Céu e inferno



Portugal VS Brasil, com Frank Sinatra cantando ao fundo.



E o mais recente: rala que rola



Mais pode ser conferido no canal da nike futebol do youtube

Futebol arte!

Complementando as comemorações entusiasmadas do futebol...

Filmes de aventura

Holywood não produz exatamente os filmes mais profundos e sensíveis, mas cumpre seu papel muito bem, oferecendo algumas peças de entretenimento fantásticas.

Assisti o homem de ferro e em certos momento me senti empolgado como um adolescente, cinema tem dessas, envolve com a grande tela e o som que parte de todos os lados. Não ia ser nada mal ter uma roupa daquelas.





Hoje vou assistir ao Indiana Jones. Quero conferir no cinema Speed Racer também.

E pra quem tem uma certa idade, a letra do desenho original, da década de XX.



Tony Stark, tira a onda
Que é cientista espacial
Mas também é Homem de Ferro
Elétrico, atômico, genial
Dura armadura, Homem de Ferro
E lenha pura, Homem de Ferro

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Patapon!

Um dos itens que marcou a viagem foi o jogo Patapon!

Levei um dos jogos mais simples e divertidos pra momentos de meditação no WC.



E fiquei cantarolando Pata-pata-pata-pon o tempo todo, rsrsrss.

O jogo inova pela criatividade, estilo e bom humor. Algo que anda faltando nos games e na vida.

São Thomé das Letras - Parte 2

< Este post foi censurado >

Fotos de STL

Como toda vez que eu me divirto muito, ficam poucas fotos.

As melhores estão em www.gilbertomendes.com.br/stl

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O amanhecer em São Thomé



Depois de uma curta caminhada, o amanhecer visto do morro do areial.

domingo, 25 de maio de 2008

São Thomé das Letras - Parte 1

Bom, para quem reclama que nunca escrevo aqui, lá vai um mega-post, que vou dividir em pequenas partes diárias, sobre a minha viagem a São Thomé das Letras/MG.

Eu já tinha ido a uns 10 anos atrás, então foi um reencontro com a cidade dos malucos-beleza.

Fomos eu, Wlad, Katia e Marcelo. Logo cedo um acidente: fui procurar a minha carteira na mochila e tateando o conteúdo consegui cortar o meu dedo no aparelho de barbear: tirou uma tampa do dedo e ficou um tempo pingando até eu subir de volta ao apartamento e colocar algodão. Até agora está um pouco dolorido pra digitar.

Saímos de SP na manhã de quinta e fomos conversando as 4 horas sobre nada, como só os bons amigos conseguem. Desde relebrar coisas do arco da velha, como as rixas entre os punks e carecas, com ácido e machadinhas, até as musicas do nosso tempo que andam esquecidas. E é claro, muuuuito papo cabeça e discussão filosófica.

A cidade mudou pouco. A mesma garotada, os hippies um pouco mais velhos, um pouco mais de comércio. A Luciana, amiga minha, me diz que eu gosto de coisas de bicho-grilo, ela precisava ver aquela galera pra saber o que é bicho grilo e micróbio de verdade.

Chegamos perto de uma da tarde na Fundação Harmonia, assunto que vou comentar no próximo post.

Pegadinha



O pessoal simplesmente emparedou um corredor dos executivos da empresa.

sábado, 17 de maio de 2008

Orgulho e Preconceito

Tenho nestes ultimos tempos voltado a praticar um hábito que eu adoro. Reunir alguns amigos, tomar bons vinhos e assistir a filmes excelentes. E eu tenho um bom "faro" para filmes, além de receber indicações de várias pessoas - e como é bom ter amigos de bom gosto.

Este foi indicação da minha amiga e atriz Bete Correia, que deixou o seu case de DVDs para eu pirar por aqui.

Orgulho e preconceito é um excepcional filme de época, que mostra as relações amorosas em um tempo que a sociedade controlava (ou amarrava) os amantes.

Uma fotografia deslumbrante, diálogos profundos, filme para assistir mais de uma vez (eu assisti três).

domingo, 11 de maio de 2008

Dinheiro é tempo

Você deve ter passado a vida inteira ouvindo a expressão: tempo é dinheiro. Como se cada segundo desperdiçado equivalesse a moedas indo pelo espaço. Também deve ter escutado aos montes sobre a sociedade materialista e seus supostos males à humanidade. Agora, suponhamos que tudo isso virasse de cabeça para baixo. Dinheiro é tempo o tempo que você gasta para ganhá-lo. E materialismo pode ser bom desde que você entenda como materialista aquela pessoa que valoriza tanto os bens materiais, mas tanto mesmo, que aproveita tudo o que pode deles, e, por isso mesmo, não precisa de muito para se satisfazer. Essas remexidas em velhos conceitos são algumas das propostas da simplicidade voluntária, um estilo de vida que passou a se propagar nos Estados Unidos nos anos 70, em resposta à sociedade de consumo, ganhou ecos em países como Canadá e França e, devagarzinho, chega ao Brasil. Pesquisas estimam que, nos Estados Unidos, cerca de 20 milhões de pessoas, 10% da população, estejam optando por uma vida materialmente mais comedida, pautada na convivência com a família, os amigos e a comunidade e no respeito à natureza, no sentido de fazer o máximo para preservar seus recursos. Uma maneira de viver que é exteriormente mais simples e interiormente mais rica, diz o escritor norteamericano Duane Elgin em seu livro Simplicidade Voluntária. O título do livro, lançado em 1981, deu nome a essa forma de viver.

A expressão simplicidade voluntária deixa claro que ter uma vida mais simples é questão de escolha, de estarmos mais conscientes do que queremos, de quais são os propósitos da nossa vida. E esclarece: não se deve confundir simplicidade com pobreza. Simplicidade é escolha, pobreza não. Simplicidade tampouco tem a ver com negar a tecnologia afinal, ela é muito útil. E muito menos significa mudar-se para uma cabana na floresta. A idéia é simplificar a vida onde se está, com o que se tem - e a maior parte das pessoas que já fazem isso vive nas cidades.

Dinheiro é tempo

Paulo Roberto trabalhava no mercado financeiro. Tinha um bom salário, boas perspectivas na carreira, freqüentava restaurantes e festas. Mas comecei a pensar que essas coisas não valiam o esforço que eu tinha que fazer para tê-las: muitas horas no trabalho, afastado de família, dos relacionamentos afetivos. Não traziam um benefício que justificasse esse sacrifício todo, diz. Pediu demissão, virou professor universitário, mudou-se para um lugar menor e está mais satisfeito.

Além do tempo e da energia investidos para ganhar o dinheiro necessário para comprar bens, também é preciso mantê-los. Se uma pessoa tem uma casa na cidade, outra na praia e uma terceira no campo, precisa cuidar da manutenção. Se tem dois carros em vez de um, vai ao mecânico o dobro de vezes. Você fica ali, ticando coisas numa lista, em vez de estar tomando um café com um amigo. Existem pessoas que parecem viver para resolver os problemas dos bens materiais que têm, diz Paulo Roberto. Por isso, vale a reflexão: o quanto o tempo e a energia investidos para a aquisição de coisas podem minguar as oportunidades de conviver com as pessoas, de buscar a espiritualidade, o autoconhecimento e o senso de comunidade?

O que Paulo Roberto fez, mesmo sem saber, foi o que a escritora Vicki Robin, uma das precursoras da simplicidade voluntária nos EUA, recomenda: tenha uma relação mais pessoal com o dinheiro. Ele é sua energia vital. Você paga pelo dinheiro com seu tempo, afirma Vicki. Quando você gasta dinheiro, não está gastando um papel emitido pelo governo, mas as horas que você investiu em seu trabalho. E, porque você se ama e se respeita, é melhor gastar o dinheiro com coisas que tenham valor para você, diz. Vicki propõe que as pessoas se questionem: aquilo que possuo ou compro promove a atividade, a autoconfiança e o envolvimento ou induz à passividade e à dependência? Até que ponto meu trabalho e meu estilo de vida atuais estão apenas vinculados ao pagamento de prestações, à manutenção das coisas, às despesas com consertos e à expectativa de outras pessoas? Levo em consideração o impacto de meus padrões de consumo sobre outras pessoas e sobre o planeta?

O bom materialista

Um homem é rico na proporção do número de coisas de que pode prescindir, afirma o filósofo americano Henry David Thoreau em seu livro Walden Ou a Vida nos Bosques. A verdadeira riqueza não estaria nos bens materiais, mas sim na qualidade das relações consigo mesmo e com os outros. O consumo em excesso poderia, então, ser um sintoma do vazio em outras áreas da vida, uma forma de compensação. Se essas áreas forem preenchidas, naturalmente, o consumismo decresce. E esse seria o primeiro passo para, quem diria, ser um bom materialista. As pessoas que consomem excessivamente têm baixo materialismo: compram um computador, mal o aproveitam e já querem outro, afirma Vicki Robin. O bom materialista é aquele que tira o proveito máximo dos bens materiais. Se você tem uma coisa, use-a muito, até acabar, diz.

É o que faz a fotógrafa Elaine Cimino. Em sua casa, há uma centenária cadeira de balanço sua avó Anita costumava sentar-se aos pés do móvel para acompanhar o pai na leitura do jornal. E também a cômoda da avó Tarsila, a mesa da antiga rotisserie da mãe, os lustres do primeiro apartamento dos pais, e tantos outros móveis da família. Há algum tempo, Elaine reformou a casa toda, usando praticamente apenas material de demolição. Sinto-me honrando esses materiais e a história deles, diz. Se Vicki Robin conhecesse Elaine, provavelmente diria que ela é uma pessoa frugal. Para a escritora, o verdadeiro significado da palavra frugalidade é aproveitar tudinho que se pode de cada coisa e de cada momento da vida. Até as ações mais simples, como chupar um picolé, desfrutando a cor, a textura, os aromas da doçura. E, com coisas demais, fica difícil dar essa atenção toda a cada uma.

Ponto de suficiência

Simplicidade significa eliminar distrações triviais, tanto materiais como imateriais, e focar no essencial o que quer que isso signifique para cada um, afirma Duane Elgin. É aí que está o pulo do gato, a chavinha de ouro. Mas como é difícil decidir o que é essencial! O pior é que, como diz Jorge Mello, um dos maiores divulgadores da simplicidade voluntária no Brasil, essa constatação não é transferível.

Mas, calma, existem alguns caminhos. Vamos começar pelas necessidades básicas. Do que você precisa para viver com dignidade e certo conforto? Casa, roupa, comida, saúde, educação e acesso à cultura certamente estarão na lista. Se essas necessidades estiverem supridas, do que mais você não abriria mão? O Jorge, por exemplo, de presentear pessoas. O Paulo Roberto, de almoçar ao menos uma vez por semana em um restaurante vegetariano de Niterói considerado caro. É essencial para mim, para meu corpo, estar bem, para eu me sentir satisfeito, saciado, diz. São os pequenos luxos a que todos nós temos direitos e que fazem a vida ficar muito melhor.

Em seu livro Dinheiro e Vida, Vicki Robin apresenta um gráfico que relaciona satisfação e dinheiro despendido. O gráfico faz uma curva ascendente, passando pelas necessidades básicas, algum conforto e pequenos luxos (sem exageros), até chegar ao ponto de suficiência quando os luxos passam dos limites, a curva começa a descer, pois a relação entre dinheiro e satisfação já não vale a pena. O ponto de suficiência seria o ideal para quem quer ter uma vida simples, mas longe da privação ou do sofrimento pois isso não tem nada a ver com simplicidade.

Quando aluno de Gandhi, Richard Gregg, o primeiro a falar em simplicidade voluntária, ainda em 1936, disse ao mestre que era fácil para ele abrir mão de muitas coisas, mas que queria manter seus vários livros. Gandhi respondeu: Então, não abra mão deles. Enquanto você obtiver ajuda interior e conforto de qualquer coisa, você deve conservá-la. Se você abrir mão dela num ato de austeridade e sacrifício, continuará querendo-a de volta e esse querer insatisfeito lhe trará problemas. Por isso, não tente eliminar nada de sua vida arbitrariamente. Faça uma lista com os itens que o levariam ao ponto de suficiência, nem mais nem menos. Antes de eliminar qualquer coisa, teste. Será que preciso mesmo do forninho e do microondas? Fique uma semana sem usar um deles e veja o que acontece. Você pode ter boas surpresas.

O arquiteto Max Gosslar teve um carro por três anos. Depois que se mudou para uma região mais central de São Paulo, passou a usar mais o transporte público e vendeu o veículo. Não vou dizer que não reclamo, faz falta, principalmente à noite e nos fins de semana. Mas, em termos financeiros, não valia. Daria um gasto médio de 700 reais por mês, diz Max. Nesse caso, a satisfação não era proporcional ao dinheiro despendido. Bárbara Monteiro sempre usou a bicicleta e, raramente, ônibus e metrô como transporte. Foram 35 anos indo para o trabalho e a faculdade de magrela até que... Comprei um carro na semana passada, nem sei como vai ser quando ele chegar, disse. Bárbara adora viajar nos fins de semana, pois tem necessidade de estar em contato com a natureza. Mas apertava o coração deixar o cachorro e o gato para trás. Queria levá-los, mas era sempre a saia justa de colocar os bichos no carro dos amigos e no ônibus não era nem permitido.

Moral da história: as necessidades mudam porque as pessoas mudam e os contextos mudam. Então, a pergunta a se fazer é: o que é essencial para este singular que sou (não para meu vizinho ou para meu chefe) na minha vida atual? Coloque-se esta questão constantemente e faça as adaptações necessárias. O ponto de suficiência não é estático, é mutante. Existe um critério, mas esse critério é vivo, diz Jorge Mello.

(revista vida simples)

sábado, 10 de maio de 2008

Absolute Beginner



've nothing much to offer
There's nothing much to take
I'm an absolute beginner
And I'm absolutely sane
As long as we're together
The rest can go to hell
I absolutely love you
But we're absolute beginners
With eyes completely open
But nervous all the same

If our love song
Could fly over mountains
Could laugh at the ocean
Just like the films
There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

Nothing much could happen
Nothing we can't shake
Oh we're absolute beginners
With nothing much at stake
As long as you're still smiling
There's nothing more I need
I absolutely love you
But we're absolute beginners
But if my love is your love
We're certain to succeed

If our love song
Could fly over mountains
Sail over heartaches
Just like the films
There's no reason
To feel all the hard times
To lay down the hard lines
It's absolutely true

Blue Öyster Cult

Mais uma da série "Sons do tempo do onça"

Estava assistindo os episódios recentes de My Name is Earl, onde ele passa alguns episódios em coma. Num dos episódios, o refrão "I´m burning, I´m burning, I´m burnig for you..."

Na hora eu lembrei da banda Blue Öyster Cult. Nada nada a banda comemora 35 anos e o site oficial mostra os caras mais velhinhos que no video abaixo, que tem a minha musica predileta da banda.

Curioso como o tempo da musica é diferente do que estamos acostumados. Parece que a musica está mais lenta.



O video, de 1981 mostra bem o lado tosco da década, com o baterista tocando só com um prato, rsrsrs.

E por falar em anos 80, uma série muito diferente, produzida pela BBC. Uma psicóloga especialista na mente criminosa desperta nos anos 80 após ser baleada. Sem saber o real significado do que acontece, o caminho a seguir, se está viva ou morta, se esforça para descobrir um meio de voltar ao tempo presente.

quinta-feira, 24 de abril de 2008

My Blueberry Nights



Bom poder ir ao cinema e assistir algo criativo e não-hollywoodiano de vez em quando.

Este filme foi uma boa surpresa, por não ter os ingredientes tão comuns dos filmes a que estou acostumado.

Com a estúpida tradução de "Um beijo roubado" (mas também, vai traduzir "My blueberry night"...) este filme é uma produção da frança e da china dirigido por Wong Kar Wai. Nos créditos dá pra ver que a parte técnica (cameras, etc) também é tocada pelos camaradas de olho puxado da terra do sol nascente.

Surpreende o elenco, ter a Natalie Portman, o Jude Law e como atriz principal ninguem menos que Norah Jones, que estréia no cinema e empresta sua voz também a várias canções da trilha sonora.

Uma daquelas histórias contadas com calma, com tempo, com imagens sensiveis, com momentos longos de silêncio. Coisas que geralmente só os orientais mesmo pra nos proporcionar.

Uma jovem mulher sai em uma jornada através dos EUA, em busca de si mesma e da solução de seus problemas amorosos, e encontra pelo caminho uma série de personagens. Não tem como não nos vermos em muitos dos momentos retratados por esta peça.

terça-feira, 22 de abril de 2008

domingo, 6 de abril de 2008

Um texto

"Cause I have lost loved ones in my life,
Who never knew how much I loved them
Now I live with the regret
That my true feelings for them
Never were revealed
So I made a promise to myself
To say each day how much they mean to me
And avoid that circumstance
Where there's no second chance
To tell them how I feel"

Um poema

There is a pleasure in the pathless woods,
There is a rapture on the lonely shore,
There is society, where none intrudes,
By the deep Sea, and music in its roar:
I love not Man the less, but Nature more,
From these our interviews, in which I steal
From all I may be, or have been before,
To mingle with the Universe, and feel
What I can ne'er express, yet cannot all conceal.

Lord Byron (1759-1824) English poet

Há nas matas cerradas um prazer
Há nas encostas solitárias um arrebatamento,
Há sociedade, onde ninguém pode intrometer,
Pelo mar profundo, e música em seu lamento:
Eu não amo menos ao Homem, mas à Natureza mais,
Dessas nossas entrevistas, nas quais capturo
De tudo que eu possa ser, ou tenha sido tempos atrás,
Para me misturar ao Universo, e sentir puro
O que nunca posso expressar, ainda que não possa esconder

(Tradução livre)

sexta-feira, 28 de março de 2008

Eremita

Eu ando meio eremita estes dias, uma combinação entre querer ficar comigo mesmo e um pico de trabalho.

As coisas estão indo muito bem, muitos pequenos e lucrativos projetos em access e dois projetos grandes que eu ainda não posso comentar.

Me mandem boas vibrações, amigos! Estou me preparando para um salto por aqui.

segunda-feira, 17 de março de 2008

domingo, 16 de março de 2008

Essa tal... liberdade.

Liberdade sempre foi um tema de conversas e reflexões pra mim. Mas por algumas razões o tema veio com força estes dias.

Sempre me movi em direção à liberdade, construindo minha autonomia financeira com a empresa e pessoal a partir das minhas escolhas.

Como consequencia de todo este movimento, alcancei uma primeira liberdade. A possibilidade de ir e vir pra onde quiser, morar só, me libertar do conceito de pecado, do medo do inferno, me relacionar com tribos diferentes.

Posso ficar trabalhando em casa em uma manhã de segunda, encerrar o expediente às duas da tarde ou ir tomar um chocolate quente às três da madrugada. Assistir nu a um filme na sala de casa.

Essa primeira liberdade, de trabalho, de crença, de movimento, emoção e de pensamento é fundamental pra se reconhecer quem a gente é. É dessa liberdade que fala a vida simples deste mês que passou. Liberdade de ir para qualquer direção, de aprender o que quiser. O processo que consiste em descobrir o que nos amarra e cortar estas cordas.

Liberdade... a maior de todas as prisões.

Porque? Se a gente pensar um pouco, é fácil ver que podemos ficar viciados em liberdade, ou amarrados a ela. Cortamos as raizes, nos tornamos seres alados, alheios à terra.

Mas o quanto é real uma liberdade que não nos permite escolher os laços ou compromissos? Se eu não posso escolher fazer um curso à noite para não perder a liberdade, o quanto sou realmente livre? Ter todos os amigos do mundo não seria exatamente não ter nenhum amigo de verdade?

O que me chamou para este raciocínio foi a reportagem "Obama, o conciliador" da revista Piauí. Barack Obama, candidato a candidato a presidente dos EUA vem de uma familia onde o pai e a mãe tiveram movimentos diferentes de deixar as cidadezinhas do interior americando seguindo em direção à liberdade oferecida pelas grandes cidades, indo parar no Hawaii. Os pais de obama se casaram (cada qual teve casamentos anteriores) e se separaram, deixando apenas filhos perplexos.

Obama fez um caminho inverso: voltou para o continente, se estabeleceu na cidade, casou-se com uma mulher de uma familia integrada à comunidade local, tornou-se pastor.

E na reportagem: algumas provocações:

"Quanto todo mundo é da família, ninguém é da familia".

É isso, precisamos nos diferenciar. Soltos na cidade, quem somos nós? Qual é a nossa identidade perdidos no mar de gente? Precisamos construir a nossa rede, escolher os amigos, escolher as raizes e viver as tradições negras.

"O universalismo é uma ilusão. A liberdade, no final das contas, não passa de uma forma de abandono. Você pode começar largando a religião, depois os pais, a sua cidade, o seu povo e o seu modo de vida. Mais tarde, quando você acaba largando a mulher ou o marido e os filhos, isso vem a lhe parecer o resultado de uma progressão natural"

Talvez seja esta a minha jornada do herói, talvez seja essa uma liberdade mais verdadeira: sair pelo mundo, deixar para trás toda a vida que era programada para mim e escolher voluntariamente, conscientemente e com convicção cada pedacinho do caminho que eu quero.

Fui à igreja com meus pais na quinta passada, comemorar uma grande vitória do meu pai-herói. Me emocionei, me fez bem. Dar as mãos por um momento com uma egrégora, com um grupo que nunca reconheci totalmente como meu e que desta vez fez mais sentido. Cantar e bater palmas ao lado da minha irmã, mãe e sobrinha, cantar palavras de alegria e fé com a familia teve um significado além das palavras.

Ai está, entre uma ilusão de liberdade absoluta e cega e um aprisionamento igualmente cego, existe uma liberdade verdadeira, conduzida pela luz da consciência, algo pessoal que cabe a quem quiser vivê-la o esforço para descobrí-la.

Talvez esta seja mais uma das minhas voltas em torno do óbvio, mas colocar estes pensamentos aqui sempre me ajudam a elucidar as minhas questões.

quinta-feira, 6 de março de 2008

A profissão e a experiência... definindo melhor o que eu quero

No começo deste ano eu decidi que aprenderia a fazer edição de filmes.

Ao invés de fazer como um ser normal e pegar algum easy video editor tabajara, já fui de cara descolando um AdobeAfterEffects e não contente com isso, uns pacotes de animações, vinhetas, cursos, efeitos de som e efeitos especiais.

Assinei um site de videos de treinamento e comecei a estudar.

Como é comum nessa vida com tempo limitado, chegou um momento que o trabalho apertou e não deu tempo para seguir no estudo.

Aí o tempo passou e eu pensei (eu sempre penso depois, sou meio lerdo pra essas coisas, rsrsrsrs) "que diabos eu quero com isso?". E foi aí que caiu a ficha:

Eu quero a experiência. Saber e experimentar como é editar uma cena, treinar o olhar e a habilidade para aplicar alguns efeitos especiais. Ou saber como é saltar de paraquedas, voar de asa delta, estar na cabine de pilotagem de um avião. Mas não quero ser um piloto.

A ficha caiu quando vi estes videos, de adolescentes que tiveram tempo e paciencia para criar dois vídeos de lutas Jedi e aquele anterior de stop motion. Fiquei pensando o tempo e dedicação para montar um video desses. Eu não tenho este tempo de desenvolver, muito menos de treinar o suficiente para fazer esta edição.



E mesmo que fizesse algo assim. A proxima pergunta é: E daí? Vou virar um astro do youtube? Trabalhar na TV? Me candidatar ao BBB? Acho que não. Tou a fim só do barato do video, que pode ser algo bem tosco, valendo a experiência em si.

Eu levei alguns anos pra perceber que biodanza pra mim é uma prática de crescimento e não uma profissão. E alguns meses para sacar que não vou mudar de profissão para edição de video ou piloto de fórmula 1 ou arqueólogo, mas que vou seguir procurando experiencias, não porque seja o sentido da vida ou algo tão épico, mas simplesmente (dãã) porque eu gosto.

Em tempo, o video acima levou 9 meses do conceito ao lançamento: uma semana de filmagens em uma fábrica na Georgia e seis meses de edição para colocar os lightsabers, os efeitos da parede. Dorkman (o de óculos) estava desempregado, de modo que pôde colocar muito tempo no projeto.

Eu ADORO animações!

terça-feira, 4 de março de 2008

Anche libero va bene

Filme de arte tem dessas... a gente (minha forma de dizer EU desfarçadamente) nem sempre entende o filme. Acostumado a narrativas quase dissertativas, com começo, meio e fim, eu às vezes me pego procurando uma linha da meada onde não há (bom, pode ser que eu também não perceba a óbvia linha da meada).

Isto foi o que aconteceu ao assistir ontem "Estamos bem mesmo sem você", filme de estréia do diretor Kim Rossi Stuart. O filme é competente em revelar o irracional nas pessoas, do pai super agressivo à mãe que foge de casa para viver outros romances.

O filme mostra estas e outras situações de familia. É fácil me identificar em várias das cenas, rememorando situações que vivi, do bilhetinho para a garota interessante no colégio.

Embora deixe um certo amargo, é um filme conduzido com competência (bem, dentro da minha limitada capacidade de percepção) que vale a pena conferir.

Stop motion

Filmes muito bem feitos. Eu já fiz uma experiência de filmar com stop motion no Anima mundi. O povo deve ter levado nada nada uma semana filmando cada um.

Put it to use:



Tony vs Paul:

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Silk,

Outra boa surpresa cinematográfica...

Baixei o filme Silk, e que surpresa, que filme!

Uma história até simples, mas que esconde (ou revela) questões profundas. Exibe personagens poderosos e ao mesmo tempo tranquilos. Semblantes serenos escondendo intensas emoções e segredos.

François Girard entrou para a lista dos diretores que admiro.



A beleza de certas cenas, acompanhadas por uma musica linda, transmitem uma paz e um estado de sensibilidade sensorial, o toque suave que significa muito mais do que qualquer "pegada". Uma gota d´água sobre os lábios plena de erotismo e energia.

Filme para assistir com uma pessoa querida, e conversar (ou amar) depois.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Um momento de plenitude

Vez por outra eu reciclo mensagens enviadas aos amigos para atualizar meu blog com as histórias da minha vida pessoal. Acho que fica mais fácil contar para os amigos o que está acontecendo. A referência do diálogo direto me ajuda.

Bom, cá estou novamente, em um raro momento de... plenitude. Raro não porque me sinta incompleto todo o tempo, tenho muitas pequenas felicidades o tempo todo, mas estas semanas têm sido especiais.

Mudei a estrutura da empresa de maneira que agora eu só faço aquilo que gosto: marketing e access. A gerente de contas segue se auto-organizando até que a Márcia, uma amiga minha que era gerente comercial em uma empresa em que trabalhei há 15 anos, assuma a área comercial na Ideológica.

Duas semanas atrás, depois de uns 12 anos sem contato, nos reencontramos. Fizemos aquela festa, lembramos, rimos, filosofamos. Foi um daqueles momentos em que a gente recupera parte da identidade ao lembrar de coisas tão importantes da gente que se perdem no passado.

O Vagner, meu sócio, assumiu de vez o desenvolvimento também. Mudou a mesa dele pra lá e a energia da empresa mudou.

Então imagina como eu estou, sem o stress da responsabilidade do projeto da cherto ou da supervisão do comercial. Tou uma bala, ainda mais neste tempo de alta energia.

Iniciei um projeto na knorr que vai passar a limpo tudo que fiz lá. Usando um novo visual para as aplicações access (dá uma olhada nas imagens anexas), apoiado por um programador entusiasmado e doido quenem eu.

Eu deixei um pouco o meu lado terapeuta. Estou começando um trabalho de educador voluntário para dar aulas aos adolescentes do projeto Formare da Knorr. Vou dar aulas de comunicação para eles, e tou tendo idéias bem legais.

Minha vida social está mais restrita, até porque tenho trabalhado nos fins de semana. E está ótimo, porque restringir as visitas me leva a escolher os mais importantes e a valorizar cada vez mais estes momentos. Menos é mais.

Ontem eu fui ao lançamento de um livro de poesias. A autora, minha amiga Florice, me pediu que lesse uma poesia... em forma de RAP, é mole? Eu cantei o poema no ritmo de “Another one bites de dust” do Queen, e foi uma comédia só. Imagina eu entrando no meu estilo subversivo, com uma cara de Bill Murray em feitiço do tempo, naquele clima solene de sarau, de declarações de agradecimento e coisa e tal. Foi uma experiência muito divertida.

Tenho tido cobertas no rolfing. Cada vez que a terapeuta libera um grupo de musculos, eu começo a andar e pensar de forma mais solta. Só fazendo pra entender.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

The Secret Garden



O roteiro é ingênuo, talvez previsível, mas prende a atenção por conter fotografias lindíssimas do que poderia ser comparado a um verdadeiro Jardim do Éden.

Quando a pequena e amarga Mary Lennox deixa a Índia para morar numa bucólica Inglaterra do século XIX, onde suas únicas companhias se resumem aos serviçais da mansão de seu tio, acaba por ceder à curiosidade, adentrando em zonas proibidas da casa. É a chave para toda a seqüência de fatos que dará vida a esse conto de fadas. Não é, necessariamente, uma história para meninas. Encoberta pela doçura dos atores-mirins que atuam no filme, existe uma mensagem rica, que valoriza virtudes como a amizade, o companheirismo, o respeito à natureza e à família, figuras pouco preservadas nos filmes contemporâneos.

Assista no final de semana, de preferência à tarde, e abrace seus filhos (cachorro, gato, namorado também vale) quando os créditos finais rolarem pela telinha...

Nada como a sintonia.

Há muito não escrevo neste espaço.

Talvez a falta do que dizer, talvez a falta de ter para quem dizer.

Onde eu estava? No fim do ano passado em um momento triste. Na virada de ano em um momento estressado. Hoje, estou em um momento de força e determinação. Quando o espírito está muito machucado, a vida nos mostra que é na matéria que devemos agir.

Tenho trabalhado muito. Este ano começou com uma vibração de energia, de construção e de de conquista. Arregaçei as mangas e comecei a criar coisas novas. Colocando-me em movimento, o mundo a minha volta começou a ressoar de maneira complementar. De um lado, reencontrei uma grande amiga e mestra que há 15 anos não via. De outro, apareceu um "aprendiz", que muito me ensina e que tem me ajudado a ficar motivado. E uma das maiores fontes de stress, um projeto mal resolvido que era como uma rocha de 10 toneladas presa em meu pescoço, foi assumido por quem tem condições e conhecimento para tocá-lo.

Estou em um projeto que é praticamente minha obra-prima. Algo grande e complexo, que esta exigindo toda a minha capacidade, mas que eu dou conta, ainda mais por ser algo que eu conheço e que está me permitindo colocar toda a minha experiência e conhecimento em prática.

Mas não é sobre isso que eu quero falar. Só explicando ou justificando tamanha ausência. Tenho estado ocupado e por isso tenho também negligenciado as pessoas queridas.

O fato é que hoje cheguei cedo em casa, depois de ir ao mercado. Preparei meu jantar e em seguida fui assistir um filme. Baixei da internet o filme "The Secret Garden". Um filme de 1993, história simples com uma fotografia agradável e o apelo que sempre me toca: a inocência e sua capacidade de transformar o rígido em suave. Logo, me deu uma suavizada.

Necessária, que eu andava um tanto pilhado e até mesmo rude.

Aí venho para o computador, com o desejo de ser surpreendido. Que venha o inesperado, algo que me traga um pequeno estimulo para fazer algo diferente.

Eis que recebo um comentário aqui no blog acerca de um livro que vem sendo uma leitura de degustação: o chamado, de oriah mountain dreamer. Imediatamente veio a lembrança de um desejo meu de ir traduzindo aos poucos, lembrando e aprendendo no processo.

Não sei se a pessoa que me escreveu vai voltar a passar por aqui, se passar, saiba que o próximo post é pra você.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Entenda os homens.



A gente, simplesmente, tem dessas.

Ainda bem que tem as empresas de cerveja que conseguem nos compreender, rsrsrs.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Recriando o dia D... com 3 pessoas.

Pra ver que coisa doida... três designers gráficos, uma cameta e nenhum orçamento, recriam com computadores o dia D.

Por estas e outras que estou estudando edição de vídeo, pra fazer algumas coisas toscas e divertidas com uma câmera de mão...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

The who - Behind blue eyes



No one knows what its like
To be the bad man
To be the sad man
Behind blue eyes

No one knows what its like
To be hated
To be fated
To telling only lies

But my dreams
They arent as empty
As my conscience seems to be

I have hours, only lonely
My love is vengeance
Thats never free

No one knows what its like
To feel these feelings
Like I do
And I blame you

No one bites back as hard
On their anger
None of my pain and woe
Can show through

But my dreams
They arent as empty
As my conscience seems to be

I have hours, only lonely
My love is vengeance
Thats never free

When my fist clenches, crack it open
Before I use it and lose my cool
When I smile, tell me some bad news
Before I laugh and act like a fool

If I swallow anything evil
Put your finger down my throat
If I shiver, please give me a blanket
Keep me warm, let me wear your coat

No one knows what its like
To be the bad man
To be the sad man
Behind blue eyes


Por trás dos Olhos Azuis

Ninguém sabe como é
Ser o homem mau
Ser o homem triste
Por trás dos olhos azuis

Ninguém sabe como é
Ser odiado
Ser destinado
a contar apenas mentiras.

Mas meus sonhos não são vazios,
Como minha consciência parece ser
Eu tenho horas, de pura solidão
Meu amor é a vingança
Que nunca está livre.

Ninguém sabe como é
Sentir esses sentimentos
Como eu sinto
E eu culpo você.

Ninguém engana-se dificilmente
Na sua raiva
Nada de minha dor é como a desgraça que
Pode mostrar a verdade.

Mas meus sonhos não são vazios,
Como minha consciência parece ser
Eu tenho horas de pura solidão
Meu amor é a vingança
Que nunca está livre.

Ninguém sabe como é
Ser maltratado
Ser derrotado
Por trás dos olhos azuis.

Ninguém sabe como falar
Que está arrependido
E não se preocupe
Não estou mentindo.

Mas meus sonhos não são vazios,
Como minha consciência parece ser
Eu tenho horas, de pura solidão
Meu amor é a vingança
Que nunca está livre.

Ninguém sabe como é
Ser o homem mau
Ser o homem triste
Por trás dos olhos azuis.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Coyote vs. Acme

Ian Frazier

No Tribunal Distrital dos Estados Unidos,
Distrito do Sudoeste, Tempe, Arizona
Caso: no B19294,
Juíza: Joan Kujava
Wile E. Coyote [ Autor] vs. ACME Company [Ré]

Declaração inicial do dr. Harold Schoff, advogado do sr. Coyote: meu cliente, o sr. Wile E. Coyote, residente no Arizona e estados contíguos, vem por meio desta propor ação indenizatória para reparação de perdas e danos contra a Acme Company, fabricante e distribuidora no varejo de mercadorias variadas, fundada no Delaware e ativa em todos estados, distritos e territórios dos Estados Unidos da América. O sr. Coyote pretende compensação por danos materiais e estéticos, lucros cessantes e perturbações mentais, diretamente produzidos por atos e/ou negligência grosseira da companhia citada, nos termos do Título 15 do Código Civil Americano, capítulo 47, seção 2.072, subseção (a), que define a responsabilidade do fabricante por seus produtos.

O sr. Coyote afirma que, em oitenta e cinco ocasiões distintas, adquiriu da Acme Company (doravante referida apenas como “Ré”), através do Departamento de Reembolso Postal da empresa, certos produtos que lhe causaram as lesões físicas mais diversas em decorrência de defeitos de fabricação ou da falta de advertências claras ao consumidor estampadas nas respectivas embalagens. Os recibos de venda em nome do sr. Coyote, apresentados como prova de compra, foram devidamente encaminhados ao Tribunal e rotulados como Prova a. As lesões supra sofridas pelo sr. Coyote resultaram na restrição temporária de sua capacidade de sustentar-se com seu ofício de predador. O sr. Coyote é autônomo e, portanto, não faz jus ao Auxílio-Desemprego por Invalidez.

O sr. Coyote afirma que, no dia 13 de dezembro, recebeu a entrega postal de um Trenó a Jato da Acme. A intenção do sr. Coyote era utilizar o referido Trenó a Jato para ajudá-lo na perseguição e captura da sua presa. Ao receber o Trenó a Jato, o sr. Coyote na mesma hora removeu o produto da embalagem de madeira e, avistando sua presa ao longe, ativou a ignição. Quando pôs suas mãos no local indicado e cuidou de segurar firme o veículo, este acelerou com uma força tamanha e tão repentina que esticou os membros anteriores do sr. Coyote a uma extensão de quinze metros. Em seguida, o restante do corpo do sr. Coyote foi puxado para a frente com um repelão violento, o que submeteu suas costas e seu pescoço a um esforço extremo de tração e resultou no seu inesperado deslocamento para bordo do referido veículo. Desaparecendo no horizonte tão depressa que só deixou para trás uma diminuta nuvem de fumaça, graças ao Trenó a Jato o sr. Coyote logo emparelhou com a sua presa. Nesse exato momento, contudo, o animal perseguido descreveu uma curva brusca e inesperada para a direita. O sr. Coyote fez o possível para acompanhar a manobra mas não conseguiu, por culpa do projeto inadequado do sistema de direção do Trenó a Jato - para não falar de seu dispositivo de frenagem, defeituoso ou mesmo inexistente. Pouco depois, o avanço contínuo e incontrolável do Trenó a Jato levaria tanto o veículo quanto o sr. Coyote a uma colisão frontal com a borda de um precipício.

O primeiro parágrafo do Laudo Médico (Prova B) preparado pelo dr. Ernest Grosscup, devidamente credenciado como perito médico judicial, descreve as múltiplas fraturas, lacerações e lesões corporais sofridas pelo sr. Coyote em decorrência da colisão acima referida. O tratamento demandou a aplicação de uma bandagem completa de atadura a toda volta do crânio (com a exceção das orelhas), a adoção de um suporte ortopédico especial para o pescoço e o uso de aparelhos de gesso completos ou parciais em todas as quatro patas.

Com os movimentos tão tolhidos por todo esse aparato terapêutico, o sr. Coyote ainda assim se via obrigado a prover seu sustento e, com tal finalidade, adquiriu da Ré, como forma de auxílio à sua locomoção, um par de Patins a Jato Acme. Todavia, ao tentar empregar o referido produto, envolveu-se num acidente notavelmente similar ao ocorrido com o Trenó a Jato. Aqui, a Ré reincidiu na venda direta pelo reembolso postal, sem dar-se ao cuidado de qualquer advertência ao consumidor, de um produto em que usa potentes motores a jato (dois, no caso em pauta) na propulsão de veículos inadequados para tal, marcados pela insuficiência ou mesmo a ausência completa dos devidos dispositivos de segurança para o passageiro. Prejudicado pelo peso de seus aparelhos de gesso, o sr. Coyote perdeu o controle dos Patins a Jato logo depois de prendê-los aos pés, colidindo tão violentamente com um cartaz de beira de estrada que nele produziu um recorte na forma de sua silhueta completa.

O sr. Coyote afirma ainda que, em ocasiões numerosas demais para detalhar no presente requerimento, sofreu os mais variados infortúnios com explosivos adquiridos à Ré: o Buscapé “Gigantinho” Acme, a Bomba Aérea Auto- Guiada Acme, etc. (Para uma relação completa, ver o Catálogo Acme de Explosivos pelo Reembolso Postal e o depoimento do queixoso sobre esse aspecto da questão, anexados ao Processo como Prova C.) De fato, é possível afirmar com toda a segurança que nenhum dos explosivos adquiridos da Ré pelo sr. Coyote jamais exibiu o desempenho que dele se esperava. Para citar apenas um exemplo: à custa de muito tempo e intenso esforço pessoal, o sr. Coyote construiu, ao longo da orla externa de uma elevação isolada, uma calha inclinada de madeira que começava no alto da referida elevação e ia descendo em espiral, descrevendo voltas em seu redor, até poucos metros acima de um x preto pintado no chão do deserto. A calha inclinada foi construída de tal maneira que um explosivo esférico do tipo vendido pela Ré pudesse descer rolando rápido e facilmente por ela até o ponto de detonação, indicado pelo X. O sr. Coyote cobriu o x com uma generosa pilha de alimento para aves, e então, carregando a Bomba Acme Esférica (número 78-832 do Catálogo), subiu até o alto da supracitada elevação. A presa do sr. Coyote, ao ver a pilha de alimento, aproximou-se, ao que o sr. Coyote acendeu o pavio do engenho explosivo Numa fração de segundo, porém, o pavio queimou até o fim, provocando a detonação da bomba.

Além de anular todo o meticuloso esforço construtivo do sr. Coyote, a detonação prematura do produto da Ré resultou nos seguintes danos estéticos ao sr. Coyote:

1. Chamuscamento grave dos pêlos da cabeça, do pescoço e do focinho;

2. Empretecimento facial pela fuligem;

3. Fratura da orelha esquerda na base, causando o tombamento do dito apêndice, logo em seguida à detonação, com um rangido claramente audível;

4. Combustão total ou parcial dos bigodes, produzindo seu enroscamento, desmanche no ar e desintegração em cinzas;

5. Arregalamento radical dos olhos, devido ao calcinamento das pálpebras e sobrancelhas.

E tratemos agora dos Calçados a Mola Acme. Os vestígios de um par do referido produto adquirido pelo sr. Coyote no dia 23 de junho constituem a Prova d encaminhada pelo Autor da presente ação a esta Corte. Alguns fragmentos foram encaminhados para a devida análise ao Laboratório de Metalurgia da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, onde até hoje, todavia, não foi encontrada qualquer explicação para o súbito e radical mau funcionamento do produto. No anúncio da Ré, os referidos Calçados a Mola são de extrema simplicidade: duas sandálias de madeira e metal, cada uma delas presa a uma mola de aço forjado de alto poder tensiométrico, mantida em posição de grande compressão por um mecanismo cujo desarme pode ser comandado por um gatilho de cordão. O sr. Coyote julgava que tal aparato teria como capacitá-lo a capturar sua presa com curtíssimo tempo de perseguição, num momento inicial da caça em que os reflexos rápidos são fator decisivo.

A fim de aumentar ainda mais a força propulsora dos referidos calçados, o sr. Coyote prendeu-os pela sola à face lateral de um volumoso rochedo. Em posição adjacente a este rochedo, ficava um caminho que a presa do sr. Coyote costumava percorrer regularmente. O sr. Coyote calçou suas patas traseiras nas sandálias de madeira e metal e agachouse em preparação, segurando com firmeza o cordão de disparo em sua pata dianteira direita. Dali a pouco tempo, a presa do sr. Coyote de fato apareceu no caminho, rumando em sua direção. Sem desconfiar de nada, deteve-se muito perto do sr. Coyote, claramente ao alcance da extensão total das molas. O sr. Coyote avaliou a distância com todo o cuidado e puxou o cordão.

A essa altura, o produto da Ré deveria ter impelido o sr. Coyote para diante e para longe do rochedo. Ao invés disso, contudo, por razões desconhecidas, os Calçados a Mola Acme empurraram o rochedo para longe do sr. Coyote. Enquanto a presa visada assistia incólume, o sr. Coyote ficou imóvel por alguns instantes, suspenso em pleno ar. Em seguida, foi puxado com toda a força pelo retrocesso das molas, o que provocou uma violenta colisão de seus pés com o rochedo em que todo o peso da cabeça e de seus quartos anteriores recaiu sobre suas extremidades posteriores.

A força desse impacto, por sua vez, determinou uma nova extensão das molas, em virtude da qual o sr. Coyote viuse impelido dessa vez verticalmente para o alto. O que foi acompanhado de um segundo retrocesso e uma segunda colisão. Nesse ínterim, o rochedo supracitado, de forma aproximadamente ovóide, começara a rolar aos solavancos encosta abaixo com uma velocidade crescente, aumentada pelos sucessivos vaivéns da mola. A cada retrocesso, o sr. Coyote se chocava com o rochedo, ou o rochedo se chocava com o sr. Coyote, ou os dois se chocavam com o solo. Uma vez que o declive era bastante longo, tal processo se estendeu por um tempo considerável.

A seqüência dessas colisões resultou numa série de lesões físicas de ordem sistêmica ao sr. Coyote, a saber: achatamento dos ossos cranianos, destroncamento lateral da língua, redução do comprimento das pernas e do torso e compressão geral das vértebras, da base da cauda até a cabeça. A ocorrência desses choques repetidos ao longo do eixo vertical produziu uma série de dobramentos horizontais regulares nos tecidos corporais do sr. Coyote - condição rara e extremamente dolorosa em virtude da qual o sr. Coyote passou a expandir-se e contrair-se alternadamente no comprimento quando andava, emitindo um desafinado som de acordeão a cada passo. A natureza altamente perturbadora e embaraçosa desse sintoma acabou por constituir-se, para o sr. Coyote, em importante empecilho para uma vida normal em sociedade.

Como este Tribunal deve saber, a Ré detém o monopólio virtual da manufatura e da distribuição das mercadorias necessárias ao trabalho do sr. Coyote. Afirmamos que a Ré abusa de sua posição privilegiada no mercado, em detrimento do consumidor de seus produtos especializados como o pó-de-mico, as pipas de papel tamanho gigante, as armadilhas para tigre birmanês, a bigorna e os elásticos de borracha de cinqüenta metros de comprimento. Por mais que tivesse perdido a confiança nos produtos da Ré, não existia outra fonte de suprimento a domicílio à qual o sr. Coyote pudesse recorrer. Só podemos tentar imaginar o que nossos parceiros comerciais da Europa Ocidental e do Japão iriam pensar de situação semelhante, na qual se permite que uma empresa gigantesca vitime seu consumidor vezes sem conta, da maneira mais descuidada e malévola que se possa conceber.

O sr. Coyote vem requerer, com todo respeito, que este Tribunal considere essas implicações econômicas mais amplas e obrigue a Ré ao pagamento de danos punitivos no montante de dezessete milhões de dólares. Ademais, o sr. Coyote pede reparação de danos materiais (refeições perdidas, despesas médicas, dias indisponíveis para sua ocupação profissional) no valor de um milhão de dólares; e de danos morais (sofrimento mental, perda de prestígio) no valor de vinte milhões de dólares; além de honorários advocatícios no valor de setecentos e cinqüenta mil dólares. Pedido total: trinta e oito milhões, setecentos e cinqüenta mil dólares. Concedendo ao sr. Coyote o montante requerido, este Tribunal irá penalizar a Ré, seus diretores, funcionários, acionistas, sucessores e procuradores, na única linguagem por eles compreendida, reafirmando o direito individual do predador à proteção eqüitativa da lei.

Publicado na revista Piaui.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Estratégias para dizer "não"

Uma das mais importantes habilidades de um freelancer é sua capacidade de dizer "não".

Sem esta habilidade, você pode ficar sobrecarregado de pedidos e missões, atrasando a entrega dos trabalhos, prejudicando a qualidade de seu trabalho e assumindo trabalhos que você não gostaria de fazer ou que não pagam o suficiente pelo tempo que você empenha neles, sem mencionar sua qualidade de vida.

Mas dizer não, apesar de você poder sentir que os outros possam se sentir ofendidos (e isto é possível), também envia uma mensagem forte de que vocÊ valoriza seu tempo, tem suas prioridades que que você respeita a pessoa a quem você diz não, já que você não quer se comprometer com algo e depois fazer um trabalho de segunda ou mesmo não fazer nada.

Vamos dizer não para tudo que aparece? Claro que não. Como freelancers, sabemos que temos de aceitar trabalho suficiente para pagar as contas, e vez por outra temos de aceitar uma atividade que não é exatamente aquilo com que sonhamos. Mas é igualmente importante que você saiba com o que pode lidar, o que realmente deseja fazer e se o pedido se enquadra em suas prioridades. E neste caso é importante saber dizer não de uma forma elegante.

Não é exatamente uma habilidade simples e para aqueles que têm dificuldade em dizer "não" aqui vão algumas dicas práticas:

1. Tente começar com um "sim".
Isto pode parecer contra-intuitivo, mas é uma espécie de judô mental. Você diz sim ao pedido (assumindo que você quer realizar mas não tem o tempo para fazê-lo agora), e então uma destas duas coisas: 1) diga "claro, mas eu estou sobrecarregado agora - podemos nos falar novamente daqui há um mês? Eu não quero me comprometer a menos que possa fazer um excelente trabalho" ou 2) você diz "Claro, mas podemos fazer X, Y e Z antes para analisar se vai dar certo mesmo antes de começar?". Nos dois casos você não descarta completamente o trabalho, mas devolve a bola para o campo do adversário. Mas é claro, só use este caminho se realmente quer fazer o trabalho mas não pode no momento. Assim você tira a pressão da proposta sem necessariamente declinar de forma definitiva.

2. Saiba os seus compromissos.
Para saber quando dizer "não, obrigado." é preciso saber o que está no seu prato. É interessante ter uma lista dos trabalhos em andamento de modo que você possa ter uma visão das possibilidades de enquadrar a tarefa em seu cronograma.

3. Valorize o seu tempo.
Uma razão que leva muitas pessoas a nunca dizer não é uma sensação (inconsciente, talvez) de que seu tempo vale menos que o tempo de outras pessoas. Por exemplo, se alguem pede a você para fazer uma tarefa que ela mesma poderia fazer facilmente e você diz sim, você está dizendo que seu tempo vale menos. Aprenda a valorizar seu tempo, evitando assumir atividades que não precisam ser feitas necessariamente por você.

4. Seja educado, porém firme
Um erro que muitas pessoas cometem é ser muito legais, muito doces. Podem até dizer não, mas parecem que estão fazendo cena. Se você responde desta forma, uma pessoa mais forte continuará a pressionar até você dizer sim, porque eles pensam que existe uma chance de você mudar de idéia. Você tem de se posicionar de forma clara que não está disposto a mudar de idéia sem ser rude. Um simples "não, eu simplesmente não posso neste momento" é suficiente.

5. Se antecipe
Se você pensa que um cliente provavelmente fará um pedido, é mais fácil dizer às pessoas que está ocupado antes delas encomendarem um trabalho. Você pode inciar uma conversa dizendo algo como "Antes de começarmos, quero lhe dizer que estou com a agenda comprometida pelos próximos 30 dias, de modo que só poderei assumir novos projetos dentro de um mês.". Isto já deixará a pessoa avisada, de modo que elas não poderão reclamar se você negar o trabalho.

6. "Eu adoraria, mas"
Similar à estratégia 1, você envia a mensagem que este parece um grande projeto para você, mas que você simplesmente não pode aceitá-lo agora por suas atividades atuais ou outros compromissos. Se o projeto for realmente interessante, você pode dizer algo como "Este me parece um grande projeto e eu gostaria muito de fazer parte dele" sugerindo algumas alternativas se possível, indicando outras pessoas ou idéias que possam funcionar. É uma rejeição que as pessoas gostam, uma vez que as ajuda a seguir em uma direção de solução.

7. Nunca diga que sente muito
Novamente, você respeita o seu tempo. Se você pede desculpas, envia uma mensagem que você está fazendo algo errado em dizer não, que de certa forma você não tem o direito de recusar o trabalho. É tentador, eu sei. Sempre dizemos coisas como "Me desculpe, mas..." ou "Gostaria de poder ajudá-lo, me desculpe." só porque nos sentimos desconfortáveis em dizer um não direto.