O segundo bolso

Nos MBA de marketing que fiz, aprendi sobre o segundo bolso das pessoas: o bolso do tempo.

Antes todos tinham tempo de sobra, pra ficar debruçado na janela vendo a vida passar, como em muitos lugares do interior ainda acontece. Atualmente, em especial nas grandes cidades, a gente não tem tempo pra atender a todas as demandas do trabalho, das relações e da vida, inclusive aquele tempo sem fazer nada, um tempo pra nós mesmos.

É aplicar a economia, a lei de oferta e procura, ao nosso tempo. O tempo fica valioso demais pra gente desperdiçar com pensamentos e atitudes menores, com pessoas chatas, com programas ruins. Eu prefiro não fazer nada, ficar em casa lendo um bom livro.

Quando nos colocamos em uma situação dessas, a alma vai embora, o pensamento viaja. A vida só acontece quando estamos presentes, de corpo e alma. Pense no tempo de uma viagem de ônibus, em que o pensamento fica pulando de um lado pro outro, entre os outdoors, pessoas, carros e caminhos que a gente já viu, pensamentos em ziguezague... é como se fosse um screen saver cerebral.

Mas o que eu queria dizer é que isto, a timeless society, está esmagando as pessoas. As pessoas que eu conheço que são mais sensiveis estão tristes, os grupos de biodança e de atividades de autoconhecimento estão minguando. E não é por falta de dinheiro, mas por falta de tempo.

Experimente nas frases em que você usa a palavra tempo, colocar a palavra vida. Vai render boas reflexões.

Tempos Modernos

Tempos modernos... Se uma mulher chegasse chutando a porta assim, eu tenho minhas duvidas se topava assim, na lata.

Férias...

Caros amigos, lá vou eu novamente com mais uma aventura ou outra série de desventuras, vejamos o que acontece.

Estou em casa me preparando para uma viagem rumo à Bahia, sem muito roteiro, sem muita bagagem. Deixando a vida me levar.

Ao mesmo tempo em que não é um bom momento, é o melhor momento de viajar... estou muito estressado, no meio de um projeto importante que está atrasado. Mas esta viagem está marcada desde o começo do ano, passagens compradas, inscrições realizadas.

O roteiro básico é ir pra Salvador, passar uns dois dias lá. Em seguida ir para Lençóis, ficar mais uns dois dias. No feriado começa uma caminhada longa pela chapada diamantina. Pelo que sei, outras 30 pessoas vão participar este ano. É um trabalho conduzido por um grande amigo, o Sanclair. Para eu que ando preocupado com o tempo e o trabalho nestes dias, o tema deste ano é super adequado: "A dimensão da Eternidade" .

Decidi levar apenas o essencial: o celular (que já é câmera), algumas roupas, um caderninho de notas para guardar as reflexões e nada mais. Levar uma camera maior, um computador e muitos livros seria carregar peso extra e levar o trabalho comigo, risco e preocupação de perda ou assalto. Viajo leve, o mais importante é o que levo dentro de mim, o que penso, o que vivo, quem conheço e o que faço no passeio.

Afinal, tão importante quanto o lugar em que a gente chega é o caminho que percorremos até lá, e em quem nos transformamos durante a caminhada.