Vasco José Monteiro
Lamarquiana Monteiro
Pra te proteger te pus correntes,
me armei assim, como as serpentes.
Tolhi teu destino, apaguei teus sonhos
só pra poder ter-te junto a mim.
Agi como se fosse um menino,
fazendo teu corpo meu brinquedo,
te ofereci ao deus do medo,
te sacrifiquei tão cedo
quanto me apaixonei.
Aparei-te, enfim, todas as arestas,
te seguia pelas frestas,
como se fosses fugir
E me debruçava na janela
contemplando-te tão bela
quanto uma orquídea em flor
Nós fomos seguindo minha estrada.
Eu, o teu senhor, tu minha escrava.
Nos delírios cultivando o ócio,
e colhendo um amor fóssil,
sem matiz e sem sabor
Mas foste soltando as amarras,
conquistando nossa liberdade.
E o que eu mais temia, sua alforria,
foi também a nossa redenção.
Hoje bailamos ao vento.
O tempo é um rebento
que acaba de vir à luz.
E tu brotaste rainha,
a musa que me seduz.
domingo, 10 de agosto de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário