sábado, 30 de agosto de 2008

Uma poesia...

Uma poesia que encontrei na internet, simples e bela, como a vida deve ser.

Vi minha estrela maior renascer
Vi minha vida mais colorida
Cheia de encanto e mais prazer

Vi quando o mar se abriu
Deixando passar todo meu sentimento
Até na chuva e no vendo
Vi a luz na poesia

Minha alegria voltou
Brilhando no alvorecer
Quando deixei de esperar

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Detalhe do Pão de Açucar...

O site não faz entregas em ilhas.

Que chato, quando comprar a minha vou ter de pegar a lancha pra fazer a compra do mes...

Tsk, tsk...

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Vitor Hugo - Texto escrito ao filho recém nascido

Desejo primeiro que você ame,
E que amando, também seja amado.
E que se não for, seja breve em esquecer.
E que esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo, pois, que não seja assim,
Mas se for, saiba ser sem desesperar.
Desejo também que tenha amigos,
Que mesmo maus e inconseqüentes,
Sejam corajosos e fiéis,
E que pelo menos num deles
Você possa confiar sem duvidar.
E porque a vida é assim,
Desejo ainda que você tenha inimigos.
Nem muitos, nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
Você se interpele a respeito
De suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo,
Para que você não se sinta demasiado seguro.
Desejo depois que você seja útil,
Mas não insubstituível.
E que nos maus momentos,
Quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
Não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
Mas com os que erram muito e irremediavelmente,
E que fazendo bom uso dessa tolerância,
Você sirva de exemplo aos outros.
Desejo que você, sendo jovem,
Não amadureça depressa demais,
E que sendo maduro, não insista em rejuvenescer
E que sendo velho, não se dedique ao desespero.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
É preciso deixar que eles escorram por entre nós.
Desejo por sinal que você seja triste,
Não o ano todo, mas apenas um dia.
Mas que nesse dia descubra
Que o riso diário é bom,
O riso habitual é insosso e o riso constante é insano.
Com o máximo de urgência,
Desejo que você descubra,
Acima e a respeito de tudo, que existem oprimidos,
Injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta.
Desejo ainda que você afague um gato,
Alimente um cuco e ouça o joão-de-barro
Erguer triunfante o seu canto matinal
Porque, assim, você se sentirá bem por nada.
Desejo também que você plante uma semente,
Por mais minúscula que seja,
E acompanhe o seu crescimento,
Para que você saiba de quantas
Muitas vidas é feita uma árvore.
Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
Porque é preciso ser prático.
E que pelo menos uma vez por ano
Coloque um pouco dele
Na sua frente a diga "Isso é meu",
Só para que fique bem claro quem é o dono de quem.
Desejo também que nenhum de seus afetos morra,
Por ele e por você,
Mas que se morrer, você possa chorar
Sem se lamentar e sofrer sem se culpar.
Desejo por fim que você sendo homem,
Tenha uma boa mulher,
E que sendo mulher,
Tenha um bom homem
E que se amem hoje, amanhã e nos dias seguintes,
E quando estiverem exaustos e sorridentes,
Ainda haja amor para recomeçar.
E se tudo isso acontecer,
Não tenho mais nada a te desejar.

domingo, 10 de agosto de 2008

Alforria

Vasco José Monteiro
Lamarquiana Monteiro


Pra te proteger te pus correntes,
me armei assim, como as serpentes.
Tolhi teu destino, apaguei teus sonhos
só pra poder ter-te junto a mim.

Agi como se fosse um menino,
fazendo teu corpo meu brinquedo,
te ofereci ao deus do medo,
te sacrifiquei tão cedo
quanto me apaixonei.

Aparei-te, enfim, todas as arestas,
te seguia pelas frestas,
como se fosses fugir

E me debruçava na janela
contemplando-te tão bela
quanto uma orquídea em flor

Nós fomos seguindo minha estrada.
Eu, o teu senhor, tu minha escrava.
Nos delírios cultivando o ócio,
e colhendo um amor fóssil,
sem matiz e sem sabor

Mas foste soltando as amarras,
conquistando nossa liberdade.
E o que eu mais temia, sua alforria,
foi também a nossa redenção.

Hoje bailamos ao vento.
O tempo é um rebento
que acaba de vir à luz.
E tu brotaste rainha,
a musa que me seduz.