domingo, 28 de outubro de 2007

Como se meu coração tivesse retornado...

Coisa estranha, impressionante... assustadora até. Mas com final feliz.

Nas últimas semanas eu vinha experimentando uma depressão sem motivo, mais exatamente um... desânimo. Se ânimo vem de alma, então desanimado é estar sem alma.... e é isso que eu passava.

Periodo estranho, sem energia. Vivendo feliz mas com uma sensação que a vida estava um pouco opaca, sem razão. Tudo certo financeiramente, afetivamente, fisicamente... mas ainda assim um vazio. E diferente de outros momentos em que me recolher era o suficiente para compreender o que se passa ou sentir o que tinha para ser sentido, esse movimento não passava.

E eis que a coisa mais impressionante acontece. Recebo uma visita que literalmente me trouxe de volta o pedaço da minha alma que faltava.

Eu não compreendo direito, nem sei ao certo se é possivel acreditar nisso totalmente com a razão, mas como vivi histórias telepáticas, conexões arquetípicas, experiências misticas para as quais não existem palavras, eu silencio a mente e apenas aceito o que é.

Há pouco mais de um mês atrás eu estive no encontro nordestino de biodanza, que vivência após vivência veio me trazendo para o eixo, renovando a minha paz. E ali, em uma vivência de transcendência profunda eu abri o coração e a alma, lavado por uma luz intensa que levou embora minhas dores e tristezas. Mas parece que levou também a minha capacidade de sentir completamente as alegrias e enfrentar com garra os desafios.

E neste fim de semana recebo uma visita, uma pessoa que conheci no encontro, com quem passo horas conversando, ouvindo e contando as minhas histórias. Lançando um novo olhar para as antigas histórias a medida que falava, aprendendo com o que ouvia. Aqueles encontros mágicos que parecem ser um reencontro de velhos amigos, de pessoas que passaram muito tempo juntos. Conversamos por horas e em um determinado ponto, contei um episódio especifico, anterior ao encontro nordestino. Algo que não compartilho com as pessoas, mas que me veio como uma necessidade de falar.

Foi neste momento que esta pessoa me olhou com olhos marejados e me disse que finalmente entendera a razão estar ali. Ela recebera algo intenso de mim naquela vivência, algo que ficou reverberando internamente nela, que criou um impulso de entrar em contato comigo, que nos levou a longas e brilhantes conversas e no fim das contas a trouxe de Goias para cá.

Uma lição como nenhuma outra: a responsabilidade que devemos ter com a gente mesmo, com o nosso coração. Com quem a gente se vincula, o quanto é preciso se proteger e caminhar devagar, sobretudo quando se está em uma vibração ou em um momento de vida em que há esta abertura para dimensões além do visivel e material. Se por um lado permite receber intuições, ouvir e passar conselhos de amigos do outro lado, os sussurros do meu anjo de guarda ao meu ouvido, por outro cria novos riscos.

E um presente, saber que qualquer parte da nossa essência permanece conectada mesmo à distância, através do tempo e do espaço. Que segue chamando por nós e criando as condições para serem reintegradas. Um presente receber de volta parte de mim, sentir novamente aquele vigor, aquela sensação de "Estou apenas começando", que apesar de uma idade cronológica maior, ainda tenho a alegria, o amor e o vigor os meus 20 anos, com mais sabedoria e equilibrio.

Fica aqui a gratidão ao anjo que trouxe de volta meu coração.

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